Volvida a apoteótica noite de terça-feira, marcada pelos discursos do casal Obama, a plateia de quarta-feira começou a acusar algum cansaço. Menos entusiasmada, a terceira noite da Convenção Nacional Democrata (CND) lançou-se com o tema “Uma luta pelas nossas liberdades”, para sublinhar que liberdade e o patriotismo são também elementos que definem o Partido Democrata e não apenas o republicano.
Foi também uma noite de inaugurações. Pela primeira vez na convenção foram feitas referências à imigração pela voz de um agente do Texas que abordou as políticas “sufocantes” de Trump durante o seu mandato. A questão surgiu, esporadicamente, em alguns discursos, destacando personalidades do país que nasceram noutro país ou cuja família é imigrante. Passou a imagem de um país aberto a todos. Ainda assim, não foram apresentadas medidas políticas sobre a segurança na fronteira.
O aborto e o atentado de 6 de janeiro foram também temas da noite de quarta-feira. Mas o momento mais delicado da noite aconteceu quando o casal Goldberg subiu ao palco. Pais de um rapaz de vinte e três anos, um dos reféns do Hamas em Gaza. Antes de falar já a arena estava de pé a bater palmas à família emocionada perante o apoio. Rachel Goldberg falou do filho e ambos pediram o regresso dos reféns. Muitos na plateia choraram.
Com algumas surpresas na manga, a noite foi, lentamente, aquecendo. Mais do que cantar, Stevie Wonder usou a voz para dizer que “a escolha é clara”. “Precisamos de escolher em vez da raiva, bondade, em vez de guerra, paz”.
Mas depois viriam as estrelas da noite, entre elas Bill Clinton e o candidato a vice-presidente, Tim Walz. Mas com algumas surpresas pelo meio.