A facilidade e a rapidez com que Kamala Harris se tornou unânime entre o aparelho democrata como próxima candidata à Casa Branca mostram que o partido estava sedento de mudança. Em particular nos últimos três meses, os democratas quase não tiveram espaço para falar dos seus planos para o futuro, ocupados que estavam em defender-se das críticas, acusações e dúvidas, de dentro e de fora, sobre o declínio das capacidades intelectuais de Joe Biden, que, a 21 de julho, acabou por desistir da reeleição.
Um pouco por todo o país, os polidesportivos dos subúrbios das grandes cidades enchem-se para ouvir Harris falar, os seus atos de campanha têm listas de espera, grupos de pensionistas da Florida, brancos, de classe média-alta e com tendência a votar nos republicanos organizam recolhas de fundos e à porta das sedes regionais do Partido Democrata, nascem, a cada manhã, novas filas para a inscrição de voluntários.