A “fazer o seu melhor” para enterrar o escândalo Epstein, a administração Trump tem adotado diferentes estratégias, mas “com pouco sucesso”, afirma Patricia Crouse, especialista em políticas públicas da Universidade de New Haven. O Presidente quer demarcar-se de ligações o milionário que montou uma rede de abuso sexual de menores, foi condenado em tribunal e pôs fim à vida numa prisão de Nova Iorque, em 2019, mas a realidade interpõe-se.
“Muitas das informações que estão a divulgar para conter os ataques podem ser facilmente desmascaradas e, a dado momento, podem precisar de confessar tudo antes que a situação se agrave, porque decerto serão divulgadas informações que não conseguirão explicar”, prossegue a especialista.
O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, já tinha tentado fazer crer, há dias, que Donald Trump era um “informador do FBI”, a colaborar com as autoridades no caso de Jeffrey Epstein, e que foi por esse motivo que se terá aproximado do magnata caído em desgraça, acusado de crimes relacionados com a rede de tráfico sexual de mulheres e menores.
O Presidente dos Estados Unidos bem tenta dar por encerrada a polémica, mas, segunda-feira, os membros do Partido Democrata na comissão da Câmara dos Representantes que investiga o caso divulgaram a famigerada página do livro de felicitações que Trump terá escrito para o seu então amigo, em 2003, por ocasião do 50º aniversário de Epstein.
A mensagem de parabéns foi noticiada pela primeira vez pelo jornal “The Wall Street Journal”. Nela, são discerníveis os contornos de uma mulher nua com o primeiro nome de Trump assinado na zona púbica. A nota descreve uma conversa entre o agora Presidente e Epstein, com Trump a dizer: “Temos certas coisas em comum, Jeffrey”. A carta termina com uma frase enigmática: “Um amigo é uma coisa maravilhosa. Feliz aniversário — e que cada dia seja um segredo maravilhoso.”