A mais recente divergência pública entre o fundador e presidente executivo da Amazon, Jeff Bezos, e Donald Trump é mais do que um episódio cabeludo; representa um leque de conflitos possíveis entre o Presidente norte-americano e os seus abastados apoiantes das tecnológicas.
Na sexta-feira, Trump mencionou a sua decisão de telefonar a Jeff Bezos, depois do anúncio de que a Amazon iria começar a listar as tarifas sobre determinadas compras na Amazon. Bezos tinha tomado aquela decisão na sequência das ‘tarifas’ de 145% impostas à China. Uma curta chamada de Donald Trump foi tudo o que bastou para que o magnata Bezos invertesse a sua posição. “Ele é simplesmente um tipo muito simpático”, disse o Presidente dos EUA, numa entrevista que foi transmitida no domingo. “Temos uma relação. Perguntei-lhe sobre [a listagem de cobrança de tarifas que a Amazon considerou incluir nos anúncios]. Ele disse: 'Bem, não quero fazer isso', e removeu-a imediatamente.”
Jonathan Taplin, diretor emérito do Laboratório de Inovação Annenberg da Universidade do Sul da Califórnia, e autor de “Move Fast and Break Things”, que discorre sobre os problemas da sociedade tecnológica, reflete sobre como Bezos reverteu a sugestão da sua equipa depois de Trump o ter ameaçado. “Tem muito medo de Trump. Pagou 40 milhões de dólares por um documentário tonto sobre Melania e pagou muito para repetir ‘O Aprendiz’ [um reality show norte-americano que avaliava as capacidades empresariais de um grupo de concorrentes e que foi apresentado por Donald Trump] na Amazon. Ele é um retrato da cobardia.”