Uma combinação de “choque, raiva, tristeza e medo” está a inundar os cientistas norte-americanos, desde as agências governamentais, até às universidades e institutos. É o que conta ao Expresso Howard Frumkin, um professor emérito de ciências ambientais na Escola de Saúde Pública da Universidade de Washington que liderava um capítulo sobre os efeitos da natureza na saúde e no bem-estar humanos de um estudo cancelado por Donald Trump. As circunstâncias pessoais são extremamente difíceis: planos interrompidos, famílias a perder salários, incapacidade de pagar hipotecas, propinas dos filhos e outras despesas. Mas, mais do que tudo, trata-se de pessoas extremamente motivadas por uma missão, que se preocupam profundamente em contribuir para a ciência e para o bem maior, e que estão abaladas pelos ataques sistemático à ciência. “Este é um ponto de viragem trágico para a ciência do nosso país em muitos aspetos”, salienta Frumkin.
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Apagão na ciência: Trump está a “reduzir a capacidade de responder a ameaças, como superbactérias resistentes ou a próxima pandemia”
Milhares de milhões de dólares em subsídios estão a ser suspensos ou cancelados, pondo em risco o desenvolvimento de novos medicamentos, interrompendo ensaios clínicos, fechando laboratórios e interrompendo a formação de jovens cientistas promissores. Os cientistas norte-americanos afirmam que tudo isto ameaça a comunidade científica, mas também prejudica décadas de liderança global dos EUA na inovação científica. A administração Trump está a tentar censurar a ciência que acredita não estar alinhada com a sua visão do mundo