EUA

EUA querem que influência chinesa no canal do Panamá se reduza "imediatamente"

"na ausência de mudanças imediatas", governo de Trump ameaça tomar "as medidas necessárias para proteger os seus direitos de acordo com o tratado"

Enea Lebrun/Reuters

Devem ser tomadas medidas imediatas para diminuir a influência chinesa na gestão do canal do Panamá - ou virá aí uma resposta dos EUA. O aviso, pela voz do secretário de Estado norte-americano Marco Rubio, foi feito este domingo, 2 de fevereiro, numa conversa cara a cara com o presidente do Panamá, José Raúl Mulino.

Segundo a Associated Press, Rubio, invocando uma decisão do presidente norte-americano Donald Trump, disse que a gestão chinesa no canal constitui uma violação do tratado assinado entre os dois países para a entrega da via marítima artificial ao Panamá em 1999.

O tratado, segundo o argumento de Rubio, exige que seja mantida a título perpétuo a neutralidade na gestão do canal.

Os EUA foram responsáveis, no início do século XX, pela construção do canal que une o Oceano Atlântico ao Pacífico.

Num resumo do encontro citado pela agência, os EUA dão conta de que "o secretário de Estado Rubio deixou claro que este status quo é inaceitável e que, na ausência de mudanças imediatas, os EUA irão tomar as medidas necessárias para proteger os seus direitos de acordo com o tratado".

O presidente do Panamá disse, por sua vez, que a reunião com Rubio decorreu num clima "de boa fé" e que foi "respeitosa". Mulino não crê que a presença chinesa represente "uma ameaça real ao tratado e à sua validade", mas aludiu a uma auditoria que está a ser conduzida junto do consórcio chinês que gere os portos do canal. Disse, ainda, que o Panamá não irá continuar a fazer parte da "Rota da Seda" chinesa, uma iniciativa de Pequim que visa o desenvolvimento de projetos de infraestrutura em países emergentes.