A 6 de novembro passado, um dia depois das eleições nos Estados Unidos, o correspondente em Pequim de um jornal de Hong Kong assinalou que a “crescente influência” de Elon Musk junto do Presidente eleito Donald Trump “fez aumentar a esperança de um desanuviamento” nas relações entre os Estados Unidos e a China. Nas redes sociais chinesas especulou-se se o patrão da Tesla poderia vir a ser um “novo Kissinger”, em alusão ao secretário de estado americano Henry Kissinger, que conduziu a política de abertura à China iniciada em 1972 por outro Presidente do Partido Republicano, Richard Nixon.
Musk não é apenas um “amigo da China”, ou “mais ou menos pró-China”, como ele próprio já se definiu. A fábrica da Tesla em Xangai, inaugurada em 2019, quando Trump já lançara uma guerra comercial contra a China, é “um modelo bem-sucedido de cooperação económica”, afirma o primeiro-ministro chinês, Li Qiang. É o “número dois” do regime, a seguir ao secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC) e Presidente da República, Xi Jinping.