Exclusivo

EUA

Cimeira da NATO vai mudar “centro de gravidade” da Aliança: “O problema principal não tem que ver com Trump, chama-se Rússia imperial”

O compromisso “irreversível” com a adesão da Ucrânia à NATO não deve figurar no comunicado final, mas os analistas ouvidos pelo Expresso não fazem equivaler essa ausência a qualquer tipo de desinvestimento da Aliança na questão ucraniana, antes pelo contrário. Esta cimeira deve ficar marcada por dois pontos principais: a consolidação do esforço coletivo dos Estados-membros para a Defesa da Ucrânia e uma aposta mais séria nos planos de defesa do próprio espaço NATO

Andrew Harnik

O centro de gravidade da NATO deixou de estar apoiado unicamente na defesa da Ucrânia e passou a um novo patamar em que a defesa do território europeu, pertencente aos membros europeus da NATO, está a merecer atenção e planeamento sérios por parte dos chefes de estratégia e logística da Aliança. Estas são as duas grandes linhas a partir das quais se vão aferir os sucessos do encontro que assinala os 75 anos da organização.

Comecemos pelo apoio à Ucrânia, um dos três pontos na agenda, em conjunto com o financiamento da Aliança e com o Indo-Pacífico. Esta cimeira, que se realiza em Washington, no Auditório Andrew W. Mellon, onde o tratado que fez nascer a NATO foi assinado em 1949, “não é uma cimeira qualquer” e marca “uma alteração do paradigma em relação à Ucrânia”, diz ao Expresso o major-general e especialista em assuntos de Segurança e Defesa Arnaut Moreira. “Antes falávamos do apoio que cada um dos países membros da Aliança podia dar, agora falamos do apoio de natureza institucional da Aliança como um todo.”