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São os candidatos mais velhos a disputar as presidenciais nos EUA: e se Biden e Trump não chegarem ao fim da corrida?

Biden (81) e Trump (77) são os dois candidatos à presidência mais velhos na história da democracia norte-americana e as sondagens mostram que muitos eleitores estão preocupados com a idade avançada e os problemas na justiça dos dois rivais. Caso fiquem fora da corrida ou impossibilitados de assumir o cargo, há cenários previstos, mas nem todos fáceis

JIM LO SCALZO

Há situações em que antecipar a morte ou invalidez de alguém se torna um exercício de especulação inevitável. As Constituições (incluindo a portuguesa) têm, no geral, regras estipuladas para o que fazer em caso de súbita incapacidade do chefe de Estado, seja por que motivo for. A questão torna-se pertinente - embora potencialmente mórbida - quando um dos cargos mais importantes e exigentes do mundo é disputado por dois homens cujo quadro clínico é cada vez mais questionado e cujas batalhas legais vão ocupar muito tempo de antena este ano.

Joe Biden e Donald Trump são candidatos à Presidência dos Estados Unidos e são ambos objetivamente velhos. No dia da eleição, terão 81 e 78 anos, respetivamente, pelo que qualquer deles ultrapassa a esperança média de vida no país - 73,5 anos para os homens. Ambos os candidatos são, ainda, os mais velhos na história das eleições presidenciais, superando o recorde que os próprios estabeleceram em 2020.

Tanto o atual como o antigo Presidente têm um longo historial de gafes e lapsos de memória, de tropeções, quedas ou demonstrações de fragilidade física. Mas, mesmo considerando os discursos confusos e as epifanias aleatórias de Trump, é Biden quem gera uma maior inquietação entre os eleitores.

Uma sondagem do New York Times e Sienna College do início de março concluiu que 73% dos eleitores registados concordam que Biden é “demasiado velho para ser um Presidente eficaz”. A idade do atual líder é, segundo o inquérito, bastante mais contestada do que a de Trump, que é apenas quatro anos mais novo. E o relatório do procurador especial Robert Hur sobre a alegada falta de memória do Presidente não ajudou a tranquilizar os receios mesmo enquanto a Casa Branca tentou defender a perspicácia intelectual e boa saúde do democrata.