Um teimoso meio grau positivo estancou, por alguns dias, a queda de neve em Des Moines, a maior cidade do Iowa. Seguiu-se a chuva gélida típica do inverno americano, uma pasta de flocos remanescentes e gelo que transforma as ruas num lamaçal.
Aproveitando a pausa no frio extremo, os candidatos à nomeação republicana para as presidenciais de novembro intensificaram as ações de campanha naquele estado interior, a primeira etapa da corrida. Exceção para o favorito, Donald Trump, atarefado com audiências em tribunal lá longe, na capital Washington D.C. e em Nova Iorque.
Palco de manifestações políticas e de fé, as igrejas evangélicas estavam à pinha. Urgia recordar os ensinamentos de Deus e agradecer o seu enviado - Trump, entenda-se. Perto de metade dos adultos do Iowa professam aquela corrente cristã.
Numa delas, a First Church of God, o pastor Charles Hudley dançava de olhos fechados, balanceando o corpo ao ritmo da música. Baixista na banda residente, insistia com os presentes para que cantassem com ele. “Celebrar também é rezar.”
Finda a performance de abertura, apoderava-se do microfone. “O coração de Deus tem algo a dizer sobre nós. Não interessa a nossa opinião, somente a opinião de Deus. Ele deu-nos o privilégio de exercitar um direito notável, o direito de voto”.