EUA

Candidato republicano à presidência da Câmara dos Representantes desiste por falta de apoio

O congressista Steve Scalise desiste, dois dias depois de ter sido nomeado pela bancada republicana, por não ter conseguido assegurar apoio maioritário na Câmara dos Representantes. O seu partido tem maioria, mas vários colegas anunciaram que não votariam nele

As aspirações de Steve Scalise a liderar a Câmara dos Representantes foram destruídas pelo sectarismo do seu Partido Republicano
Matt McClain/The Washington Post/Getty Images

O nomeado do Partido Republicano a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos retirou a candidatura por não ter conseguido apoio dos membros do partido. Em declarações aos jornalistas no Capitólio, quinta-feira à noite, Steve Scalise explicou que “ainda há trabalho a ser feito” para unificar os 221 representantes republicanos em torno de um candidato para ocupar o cargo de speaker da câmara baixa do Congresso.

Scalise, que representa o estado do Luisiana, exortou os colegas de partido a porem de lado agendas individuais e trabalharem em prol de um objetivo comum: apoiar um candidato ao cargo, na sequência da destituição de Kevin McCarthy, há mais de uma semana. “Todos devem pôr as suas agendas de lado e concentrar-se no país, que precisa de nós”, defendeu.

Com a desistência de Scalise, que venceu uma votação interna do Partido Republicano, quarta-feira, derrotando Jim Jordan, aumenta a incerteza sobre quem substituirá McCarthy na Câmara. Os republicanos têm 221 lugares e os democratas, 212; logo, em teoria, ser-lhes-ia fácil elegerem um speaker. Acontece que estão profundamente divididos.

Presidência interina limita competências da Câmara

O cargo está a ser exercido interinamente por Patrick McHenry, depois de McCarthy ter sido destituído, a 3 de outubro, na sequência de uma moção contra ele apresentada por um companheiro de bancada. A iniciativa do radical Matt Gaetz foi apoiada por 216 deputados, incluindo os democratas, e rejeitada por 210.

Em janeiro passado, McCarthy precisou de 15 tentativas para assumir a presidência da câmara, face à oposição da ala radical republicana, a mesma que forçou a sua saída este mês. Já os democratas propuseram Hakeem Jeffries, que também se candidatou ao cargo em janeiro passado, sem hipótese de êxito.

Ao funcionar com presidência interina, a Câmara dos Representantes não pode aprovar novas resoluções ou projetos de lei, numa altura em que os orçamentos para o ano fiscal em curso têm de ser fechados e em que estão pendentes mais ajudas à Ucrânia ou a Israel.