Hunter Biden, filho do atual Presidente dos Estados Unidos, foi formalmente acusado esta quinta-feira no caso relacionado com uma arma que adquiriu em 2018, noticiou a imprensa americana. David Weiss, o procurador especial responsável pela investigação do caso, anunciou a decisão cerca de um mês após ter sido nomeado para o cargo pelo procurador-geral Merrick Garland (cargo semelhante ao de ministro da Justiça em Portugal).
O revólver em causa foi comprado numa loja localizada no estado de Delaware e o filho de Biden terá mentido quando do preenchimento de um formulário, ao referir que não era consumidor nem estava viciado em qualquer substância ilegal no momento da aquisição. Há cerca de dois meses, o filho Biden deu-se como culpado do crime em causa, assim como de outro relacionado com práticas de fuga ao fisco.
Porém, a juíza responsável pelo caso recusou-se a validar o acordo entre as partes, explicando que só o faria depois de ser esclarecida sobre a distinção entre esta investigação e a referente aos negócios de Hunter Biden no estrangeiro. Contactada pelo Expresso, a assessoria de imprensa da Casa Branca não quis, por agora, comentar a decisão, explicando que só a procuradoria federal e os representantes legais de Hunter Biden poderão fazê-lo.
Quando da aquisição da arma, Biden estava envolvido num processo de abandono do consumo de crack. Mentir no formulário em causa ou possuir arma de fogo quando se é consumidor de droga é considerado crime federal, embora os procuradores já tenham anunciado que alguns dos crimes de que Hunter Biden é acusado estejam em vias de prescrever em outubro próximo.
Republicanos ameaçam destituir Presidente
Abbe Lowell, advogado do filho de Biden, disse que um acordo feito anteriormente sobre o porte de arma com os promotores “impede que quaisquer acusações adicionais sejam feitas” e que o seu cliente “tem cumprido as condições de libertação sob esse acordo”, adianta a CNN. Os promotores alegam, por seu turno, que este acordo nunca entrou em vigor.
No início desta semana, o speaker do Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, que comanda a maioria republicana na Câmara dos Representantes, anunciou a abertura de um inquérito tendo em vista a possibilidade de abertura de um processo de destituição (impeachment) do chefe de Estado.
A decisão relaciona-se, precisamente, com a suspeita de que os negócios de Hunter foram feitos com o conhecimento do pai e ambos lucraram com o alegado esquema, trocando influência por pagamentos chorudos de empresas sediadas, por exemplo, na Ucrânia e na China.