EUA

Líder republicano da Câmara de Representantes pede abertura de inquérito para destituir Biden

"Solicito a uma comissão da Câmara para abrir um inquérito formal de destituição", afirmou o congressista republicano Kevin McCarthy, argumentando que Biden "mentiu" ao povo norte-americano sobre os polémicos negócios do filho no estrangeiro

Kevin McCarthy
ELIZABETH FRANTZ/REUTERS

O líder republicano da Câmara de Representantes norte-americana, Kevin McCarthy, declarou-se esta terça-feira a favor da abertura de um inquérito para a destituição do Presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden.

"Solicito a uma comissão da Câmara para abrir um inquérito formal de destituição", disse o congressista republicano, argumentando que Biden "mentiu" ao povo norte-americano sobre os polémicos negócios do filho no estrangeiro.

Hunter Biden, o filho quinquagenário do Presidente democrata, tornou-se o alvo preferido da direita norte-americana, que o acusa nomeadamente de ter feito negócios duvidosos na Ucrânia e na China quando Joe Biden era vice-Presidente de Barack Obama (2009-2017), aproveitando as redes de conhecimentos e o nome do pai.

A Constituição dos Estados Unidos prevê que o Congresso possa destituir o Presidente em caso de "traição, corrupção ou outros crimes e infrações graves".

A abertura de um processo de destituição é há meses reclamada pela ala 'trumpista' do Partido Republicano, com a qual o líder Kevin McCarthy teve de fazer muitos compromissos para aceder ao cargo, em janeiro.

Vários congressistas moderados do Partido Republicano opõem-se, contudo, à abertura de um tal inquérito, por medo de transformarem o procedimento numa mera manobra partidária.

Os democratas ripostaram afirmando que esses esforços da direita não passam de uma cortina de fumo para dissimular os crescentes problemas judiciais enfrentados pelo ex-Presidente e atual aspirante a candidato presidencial Republicano Donald Trump (2017-2021), quatro vezes indiciado em menos de seis meses.

Nunca um Presidente foi destituído na história dos Estados Unidos. Três foram acusados: Andrew Johnson em 1868, Bill Clinton em 1998 e Donald Trump em 2019 e 2021. Mas todos acabaram por ser ilibados.

Richard Nixon preferiu demitir-se em 1974 para evitar uma destituição certa pelo Congresso devido ao escândalo Watergate.

Notícia atualizada às 17h48