Não há fórmulas exatas para se ficar na história, mas há linhas comuns que é possível traçar entre os mais memoráveis discursos de tomada de posse dos presidentes dos Estados Unidos da América. Joe Biden acompanhou no seu, sem grande esforço, essas “cordas místicas da memória”, como disse Lincoln, o maior entre os históricos.
Os momentos após uma eleição são quase sempre sensíveis: o país ainda tem na memória os instantes pouco felizes de ambos os candidatos, os escândalos de todo o tipo que quase sempre surgem na reta final das campanhas, os insultos, o jogo por vezes sujo. E quase sempre há necessidade de unir a nação contra um inimigo comum (para Harry Truman era o comunismo, por exemplo) ou num rumo diferente (Barack Obama queria um sistema nacional de saúde, um arrojo ideológico pouco comum para os norte-americanos).