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Invasão do Capitólio: “Houve comportamento cúmplice por parte da cúpula da polícia local”

O ataque à sede do poder legislativo em Washington, a 6 de janeiro, foi uma tentativa de golpe de Estado, afirma ao Expresso o militar que há 15 coordenou o socorro a Nova Orleães na sequência do furacão Kartina. Russel Honoré aconselha Joe Biden a olhar para a frente, sem se atolar no lodo da reta final do mandato de Donald Trump nem cair na tentação de se inebriar pela nostalgia de Barack Obama

Segurança reforçada no Capitólio para a tomada de posse de Joe Biden, a 20 de janeiro
BRENDAN SMIALOWSKI/AFP/GETTY IMAGES

Aos 73 anos o general Russel Honoré é das figuras públicas mais acarinhadas nos Estados Unidos da América, devido à forma como coordenou a operação de controlo do caos em Nova Orleães, após a passagem do furacão Katrina, em 2005, uma tragédia que provocou perto de 2000 mortos. Passados 15 anos o Expresso volta a entrevistá-lo. O militar fala de nova crise, fruto da invasão do Capitólio na semana passada, episódio que classifica de “tentativa de golpe de Estado” (tese partilhada até por aliados do ainda Presidente Donald Trump). Com o país num cenário “semelhante” ao que viveu durante a Guerra Civil, este “tesouro nacional”, como lhe chamou o ex-Presidente George W. Bush, deixa um conselho ao próximo inquilino da Casa Branca, Joe Biden: “Não conduza o camião a olhar para o espelho retrovisor”.

Cerca de uma semana depois da invasão do Capitólio, qual deve ser o foco principal das atenções ao nível da investigação criminal e da luta política?

Urge uma investigação credível enquanto executamos a transferência de poder de forma pacífica. Temos de andar e mascar pastilha em simultâneo.