Alguns dos mais respeitados gurus das sondagens da política dos EUA podem bem estar neste momento a procurar um confortável sofá onde passar a longa sessão de autoanálise que necessariamente têm pela frente. Isto se quiserem continuar neste ramo de atividade, que se define pela confiança do público nas projeções eleitorais.
Depois de 2016, uma onda de ceticismo em relação a estes exercícios de adivinhação varreu o mundo (ainda se lembram daquela sondagem que na manhã do referendo do Brexit dava dez pontos percentuais de vantagem ao Remain?), mas de novo as esperanças se renovaram porque desta vez tinha mesmo havido um recalibramento dos “modelos” de auscultação dos potenciais eleitores. Se houve, não foi suficiente. Quando as urnas abriram, Biden liderava em seis dos oito estados mais importantes nesta eleição e tinha, a nível nacional, uma vantagem ainda maior: 52% das intenções de voto contra 43% de Trump.