Joe Biden tem garantidos 238 delegados ao Colégio Eleitoral. Donald Trump já conquistou 213. Para assegurarem uma maioria, os candidatos à Casa Branca têm de conseguir 270 delegados. A corrida ameaça transformar-se numa maratona de dias, com o desfecho final dependente dos sete estados que faltam apurar. Biden precisa de mais 32 grande eleitores, Trump de 57.
POR ESTADOS
— ALASKA: Elege 3 delegados. Donald Trump lidera folgadamente com 61,4% neste estado que, desde 1964, não elege um Presidente democrata. Estão contabilizados apenas 36% dos votos. Os restantes só serão conhecidos dentro de uma semana.
— CAROLINA DO NORTE: Elege 15 delegados e o candidato republicano vai à frente com 50,1%, com 95% dos votos contados. O resultado final não será conhecido tão cedo, já que serão contabilizados os votos colocados no correio até ao dia das eleições e que sejam rececionados até 12 de novembro.
— GEÓRGIA: A contagem está nos 93% e Trump lidera com 50,3%. Os votos por correspondência podem ser importantes para determinar o resultado final, mas o secretário estadual disse esperar que haja alguns resultados esta quarta-feira. Elege 16 delegados.
— MICHIGAN: Elege 16 delegados e Biden lidera com 49,6% (contra 48,7% de Trump), com 94% dos votos contados. É possível que os resultados finais sejam conhecidos esta quarta-feira à noite.
— NEVADA: Joe Biden lidera neste estado que elege 6 membros do Colégio eleitoral. Vai com 49,3%, seguido muito de perto por Trump (48,7%), com 86% dos votos apurados. Até 10 de novembro, são contabilizados os votos enviados por correio.
— PENSILVÂNIA: Dos estados em falta é o que elege mais delegados: 20. Com 80% dos votos contados, o Presidente vai confortavelmente à frente com 53,4%. Não deverá ser conhecido o resultado final antes de 6 de novembro.
— WISCONSIN: É outra corrida renhida. Joe Biden leva 49,4% e Donald Trump 48,8%, quando estão contados 98% dos votos. Estão separados por cerca de 20.000 votos, neste estado que elege 10 delegados. A corrida pode ficar fechada esta quarta-feira.
POR CANDIDATOS
DONALD TRUMP
Se vencer na Pensilvânia, onde estão contabilizados 80% dos votos e onde tem uma vantagem confortável de 8%, Donald Trump amealha uns importantes 20 delegados. Ficam, contudo, a faltar-lhe 37. O Arizona nem entra nas contas dos republicanos: está pintado de azul.
Mais avermelhada está a Carolina do Norte, o que pode entregar aos republicanos 15 grandes eleitores, uma vez que Trump lidera por 1,4%, num momento em que apenas 5% dos boletins estão por abrir. Ainda assim, e mesmo já tendo declarado vitória, precisa de mais 22 delegados para chegar à reeleição.
Se não houver um volte-face, os republicanos podem conseguir mais 16 grandes eleitores na Geórgia, onde Trump supera Biden por 1,8%, com 93% dos resultados apurados até ao momento.
Estes são os três estados em que Trump tem vantagem, mas, mesmo com esses delegados garantidos, continua a precisar de mais 6 grandes eleitores, que podem chegar de Wisconsin, Nevada, Michigan. É aqui que tudo se complica.
Má notícia: o republicano está a perder nos três. Boa notícia: a desvantagem é de uns curtos 0,6% em todos eles.
E dos três, Trump só precisa de um.
JOE BIDEN
11+10+6+16=43. São estas as contas que o candidato democrata, com 227 delegados na mão, precisa de fazer para chegar ao número mágico de 270 que lhe abre as portas da Casa Branca.
O caminho para Joe Biden chegar à vitória é mais curto, necessita apenas de conquistar mais 43 delegados, mas parece também mais complicado. O cenário de uma “onda azul” está completamente afastado e a maré na Pensilvânia está francamente favorável a Trump, com uma vantagem de oito pontos percentuais. Esquecidos os 20 delegados aí disputados, os democratas têm de pegar na calculadora e focar sobretudo em quatro estados, nos quais têm de apostar tudo: Arizona, Wisconsin, Nevada e Michigan. As contas são simples de fazer, mas complicadas de obter.
Comecemos pelo mais simples: Joe Biden tem garantidos 11 delegados no Arizona, onde se deu a primeira virada da noite face a 2016. Mesmo com essa vitória, o democrata continua a necessitar de 32 grandes eleitores, esses bem mais complicados e incertos.
A noite eleitoral não foi favorável no Wisconsin, mas a luz do dia trouxe uma reviravolta: Biden tem uma curtíssima vantagem de 0,6% e isso pode representar uns importantes 10 delegados. E onde poderão estar os outros 22?
Igualmente renhida está a situação no Nevada, onde o candidato democrata tem uns escassos 0,6% de vantagem, quando faltam apurar 14% dos votos. Caso a cor azul impere nesse estado, mais 6 preciosos delegados podem abrir caminho para Biden.
Ficariam a faltar 16, que teriam de chegar do Michigan ou da Geórgia. Qualquer um dos dois estados garante, por si só, precisamente esse número no Colégio Eleitoral. Ambos os territórios estão a ser altamente disputados, com os dois candidatos bastante próximos.
A Geórgia, com 93% dos votos contados, dá uma vantagem de 1,8% ao republicano e parece, por isso, menos favorável a Biden.
A surpresa de última hora chega de Michigan, o que pode representar um autêntico milagre para as hostes democratas. Com apenas 8% dos boletins por abrir, Biden ultrapassou Trump e tem agora uma vantagem de 0,6%.
A margem é mínima e a batalha por Michigan será decisiva. Caso ganhe neste estado, e efetivando as vitórias em Wisconsin e Nevada, Biden consegue exatamente os 270 delegados que o podem eleger como futuro presidente dos Estados Unidos.
Em atualização. Números retirados do site do "The New York Times" e atualizados às 17h50 de Portugal continental