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EUA. Qual é o ponto de situação nos sete estados por apurar? Faça as contas ao que falta a Trump e a Biden para assegurar a vitória

270 é o número mágico de delegados ao Colégio Eleitoral que os candidatos têm de garantir para cantar vitória. Com sete estados por apurar, Joe Biden precisa de garantir menos delegados, mas Donald Trump vai à frente em mais estados

Em Milwaukee, Wisconsin, contam-se os votos por correspondência
Scott Olson / Getty Images

Joe Biden tem garantidos 238 delegados ao Colégio Eleitoral. Donald Trump já conquistou 213. Para assegurarem uma maioria, os candidatos à Casa Branca têm de conseguir 270 delegados. A corrida ameaça transformar-se numa maratona de dias, com o desfecho final dependente dos sete estados que faltam apurar. Biden precisa de mais 32 grande eleitores, Trump de 57.

POR ESTADOS

— ALASKA: Elege 3 delegados. Donald Trump lidera folgadamente com 61,4% neste estado que, desde 1964, não elege um Presidente democrata. Estão contabilizados apenas 36% dos votos. Os restantes só serão conhecidos dentro de uma semana.

— CAROLINA DO NORTE: Elege 15 delegados e o candidato republicano vai à frente com 50,1%, com 95% dos votos contados. O resultado final não será conhecido tão cedo, já que serão contabilizados os votos colocados no correio até ao dia das eleições e que sejam rececionados até 12 de novembro.

— GEÓRGIA: A contagem está nos 93% e Trump lidera com 50,3%. Os votos por correspondência podem ser importantes para determinar o resultado final, mas o secretário estadual disse esperar que haja alguns resultados esta quarta-feira. Elege 16 delegados.

— MICHIGAN: Elege 16 delegados e Biden lidera com 49,6% (contra 48,7% de Trump), com 94% dos votos contados. É possível que os resultados finais sejam conhecidos esta quarta-feira à noite.

— NEVADA: Joe Biden lidera neste estado que elege 6 membros do Colégio eleitoral. Vai com 49,3%, seguido muito de perto por Trump (48,7%), com 86% dos votos apurados. Até 10 de novembro, são contabilizados os votos enviados por correio.

— PENSILVÂNIA: Dos estados em falta é o que elege mais delegados: 20. Com 80% dos votos contados, o Presidente vai confortavelmente à frente com 53,4%. Não deverá ser conhecido o resultado final antes de 6 de novembro.

— WISCONSIN: É outra corrida renhida. Joe Biden leva 49,4% e Donald Trump 48,8%, quando estão contados 98% dos votos. Estão separados por cerca de 20.000 votos, neste estado que elege 10 delegados. A corrida pode ficar fechada esta quarta-feira.

POR CANDIDATOS

DONALD TRUMP

Se vencer na Pensilvânia, onde estão contabilizados 80% dos votos e onde tem uma vantagem confortável de 8%, Donald Trump amealha uns importantes 20 delegados. Ficam, contudo, a faltar-lhe 37. O Arizona nem entra nas contas dos republicanos: está pintado de azul.

Mais avermelhada está a Carolina do Norte, o que pode entregar aos republicanos 15 grandes eleitores, uma vez que Trump lidera por 1,4%, num momento em que apenas 5% dos boletins estão por abrir. Ainda assim, e mesmo já tendo declarado vitória, precisa de mais 22 delegados para chegar à reeleição.

Se não houver um volte-face, os republicanos podem conseguir mais 16 grandes eleitores na Geórgia, onde Trump supera Biden por 1,8%, com 93% dos resultados apurados até ao momento.

Estes são os três estados em que Trump tem vantagem, mas, mesmo com esses delegados garantidos, continua a precisar de mais 6 grandes eleitores, que podem chegar de Wisconsin, Nevada, Michigan. É aqui que tudo se complica.

Má notícia: o republicano está a perder nos três. Boa notícia: a desvantagem é de uns curtos 0,6% em todos eles.

E dos três, Trump só precisa de um.

JOE BIDEN

11+10+6+16=43. São estas as contas que o candidato democrata, com 227 delegados na mão, precisa de fazer para chegar ao número mágico de 270 que lhe abre as portas da Casa Branca.

O caminho para Joe Biden chegar à vitória é mais curto, necessita apenas de conquistar mais 43 delegados, mas parece também mais complicado. O cenário de uma “onda azul” está completamente afastado e a maré na Pensilvânia está francamente favorável a Trump, com uma vantagem de oito pontos percentuais. Esquecidos os 20 delegados aí disputados, os democratas têm de pegar na calculadora e focar sobretudo em quatro estados, nos quais têm de apostar tudo: Arizona, Wisconsin, Nevada e Michigan. As contas são simples de fazer, mas complicadas de obter.

Comecemos pelo mais simples: Joe Biden tem garantidos 11 delegados no Arizona, onde se deu a primeira virada da noite face a 2016. Mesmo com essa vitória, o democrata continua a necessitar de 32 grandes eleitores, esses bem mais complicados e incertos.

A noite eleitoral não foi favorável no Wisconsin, mas a luz do dia trouxe uma reviravolta: Biden tem uma curtíssima vantagem de 0,6% e isso pode representar uns importantes 10 delegados. E onde poderão estar os outros 22?

Igualmente renhida está a situação no Nevada, onde o candidato democrata tem uns escassos 0,6% de vantagem, quando faltam apurar 14% dos votos. Caso a cor azul impere nesse estado, mais 6 preciosos delegados podem abrir caminho para Biden.

Ficariam a faltar 16, que teriam de chegar do Michigan ou da Geórgia. Qualquer um dos dois estados garante, por si só, precisamente esse número no Colégio Eleitoral. Ambos os territórios estão a ser altamente disputados, com os dois candidatos bastante próximos.

A Geórgia, com 93% dos votos contados, dá uma vantagem de 1,8% ao republicano e parece, por isso, menos favorável a Biden.

A surpresa de última hora chega de Michigan, o que pode representar um autêntico milagre para as hostes democratas. Com apenas 8% dos boletins por abrir, Biden ultrapassou Trump e tem agora uma vantagem de 0,6%.

A margem é mínima e a batalha por Michigan será decisiva. Caso ganhe neste estado, e efetivando as vitórias em Wisconsin e Nevada, Biden consegue exatamente os 270 delegados que o podem eleger como futuro presidente dos Estados Unidos.

Em atualização. Números retirados do site do "The New York Times" e atualizados às 17h50 de Portugal continental