Vença quem vencer amanhã — ou nas semanas seguintes, tendo em conta as dificuldades que se anteveem já na contagem dos votos, como o Expresso aqui explicou —, há apenas uma única coisa que é certa. Se Trump vencer, o Partido Republicano consolida a sua démarche pelo Trumpismo e solidifica a incógnita sobre o que virá depois de Trump; se perder, iniciará um longo período de introspeção. Também os democratas, quer Joe Biden ganhe ou perca, terão de se interrogar se querem prosseguir no caminho mais centrista ou apostar nas tendências radicais mais à esquerda, protagonizadas inicialmente por Bernie Sanders e hoje personificadas na congressista Alexandria Ocasio-Cortez.
“Ambos os lados estão satisfeitos em fazer esta eleição girar em torno da personalidade. Portanto, não tivemos muita atenção no realinhamento ideológico que está a acontecer no país”, resumia ontem ao jornal “The New York Times” Bradd Todd, estratega republicano.