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Entrada livre para fanáticos: o faroeste das noites televisivas nos EUA

Os canais de notícias nos EUA são um espelho da divisão profunda em que vivem os Estados Unidos. Tucker Carlson, da Fox (pró-Trump), tem uma média de 5,3 milhões de espetadores, Rachel Maddow, na MSNBC (anti-Fox e anti-Trump) consegue 3,7. A imparcialidade é posta de lado nos programas que conduzem

Tucker Carlson, da Fox, e Rachel Maddow, da CNBC
DR

Há dez anos ou quinze anos, a Fox News era um objeto estranho no jornalismo televisivo americano. Hoje, o jornalismo televisivo americano é quase todo estranho. A maior vitória da Fox não foi a eleição de Donald Trump - por quatro ou oito anos -, mas a completa mimetização pelos outros canais de notícias no cabo. É que apesar de a Fox ser mais descarada e desabrida, a CNN e a MSNBC são nestes dias armas semiautomáticas de disparo político. A CNN, ainda assim bem mais equilibrada, a MSNBC sem sequer disfarçar.

Em 2020, a bolha das redes sociais é um parque infantil ao pé das noites televisivas da Fox e da MSNBC. São horas e horas em que ninguém faz prisioneiros, onde se faz tiro ao alvo e se dispara entre os olhos. O monarca absoluto é Tucker Carlson, na Fox, a rainha impiedosa é Rachel Maddow, na CNBC. São os dois brilhantes, no texto e no acting, e não fazem qualquer esforço para serem isentos um segundo que seja. A isenção é para meninos, eles estão ali para outra coisa.