Eles são “o precioso unicórnio na coleção de animais políticos”. Quem o disse foi Tom Nichols, professor de política em Harvard, ao Washington Post. Falava, é claro, dos indecisos — aquela pequena fatia do eleitorado que diz, a uma semana da eleição, que ainda não sabe se vai votar em Donald Trump ou em Joe Biden e que ambos disputam.
Em 2016, os indecisos eram vistos como sensatos. Entre dois candidatos que a maioria desaprovava, para muitos norte-americanos tratava-se de escolher o mal menor. Em 2020, o cenário é outro: conhecendo como é Trump no poder, ou se adora ou se odeia. E, por isso, indecisos como Ken Bone, estrela de um dos debates de 2016, é visto agora com menos muito graça por parte da maioria do eleitorado. “Para mim, estar indeciso em 2020 só se explica se se tiver estado literalmente em cima de um bloco de gelo. Se essa pessoa estiver de regresso de uma estação de investigação na Antártica, então aí percebo”, completa o professor Nichols.