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Atenção à América roxa... ou de como o voto não está gravado na pedra

A uma semana das presidenciais nos Estados Unidos da América, tenhamos em conta o rendilhado da população e das tendências de voto, em vez de cair na arriscada simplificação dos blocos vermelhos e azuis

Comício de Joe Biden no Texas, em março. Alguns estudos de opinião admitem que o democrata possa vencer naquele estado tradicionalmente republicano
Ron Jenkins/getty images

Os mapas de resultados de umas presidenciais nos Estados Unidos da América são quase sempre divididos por estados. Faz sentido, já que é a esse nível que se disputa a chefia do Estado. Cada um dos 50 e o Distrito de Colúmbia (zona da capital, Washington D.C.) tem um determinado número de delegados ao Colégio Eleitoral, calculado conforme a sua representação no Congresso (dois senadores cada e um número de lugares na Câmara dos Representantes distribuído por critério populacional). São 538 ao todo, o candidato que ganha cada Estado leva todos os delegados desse Estado, e quem somar 270 vence.

Parece simples e é, mas pode ser simples de mais. É que ver grandes superfícies pintadas de vermelho ou azul (cores associadas, respetivamente, a republicanos ou democratas) diz pouco sobre as diferenças que existem em cada uma delas. Tendo em conta que sete desses 50 estados têm mais habitantes do que Portugal e 38 ocupam uma superfície maior do que a do nosso país, é de esperar que não sejam uniformes. Um mapa por condados mostraria uma América mais “roxa”.