Quando Fumio Kishida assumiu o cargo de primeiro-ministro do Japão, em 2021, no seu primeiro discurso no parlamento japonês (Dieta) prometia arrancar com uma nova forma de capitalismo: “Um ciclo virtuoso de crescimento e distribuição, e desenvolver uma nova sociedade pós-covid-19”. Três anos depois, anunciou que vai abandonar a liderança do Partido Democrático Liberal (PDL) e, consequentemente, do Governo. Desde que subiu ao poder, há tensões internacionais em crescendo numa geografia próxima, nomeadamente com receios de um eventual conflito entre a China e Taiwan. Mas os maiores desafios ao seu mandato apareceram em solo doméstico: o assassinato do seu antecessor Shinzo Abe e consequente revelação de ligações do partido à Igreja da Unificação, escândalos de donativos políticos e o aumento do custo de vida.
Ao anunciar que vai abandonar a presidência do partido, Kishida afirmou que “é necessário mostrar ao povo que o PDL está a mudar. O primeiro passo mais óbvio para mostrar que o PDL vai mudar é a minha demissão”.