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“A Frelimo matou o meu filho”: a posse sangrenta de Daniel Chapo como Presidente de Moçambique

Oito jovens foram mortos pelas forças da ordem e outro está desaparecido. Investidura do novo Presidente marcada por menos afluência do que as dos seus antecessores

Manifestantes vigiados por forte aparato policial durante a tomada de posse de Daniel Chapo como Presidente de Moçambique
Estêvao Chavisso/Epa/Lusa

Durante a madrugada e a tarde desta quarta-feira, dia da tomada de posse do novo Presidente de Moçambique, pelo menos oito jovens e uma criança foram mortos pela polícia: três na capital, Maputo; três em Nampula; três em Matola. Nesta última localidade, dois são dados como desaparecidos. O número de mortos desde o início das manifestações a contestar os resultados oficiais das eleições de outubro já é superior a 300.

Pela manhã, as mensagens nas redes sociais não eram somente sobre as expectativas de investidura do quinto chefe de Estado da História de Moçambique, mas de três corpos sem vida, cobertos de lençóis. Um deles, estatelado numa das ruas apertadas do bairro da Machava Socimol, na Matola, é de Estefânio, de 19 anos; o segundo, a poucos metros do primeiro, foi identificado apenas pelo apelido: Tavede. Este último foi baleado e caiu sobre o capim verde de um espaço de concentração de água. São todos jovens, mortos a tiro, por volta das 3h da madrugada.