Jacinto Ernesto era um jovem pobre, residente no bairro da Urbanização, mesmo no limite da zona de cimento de Maputo. Há dois anos, interrompeu os estudos universitários por falta de condições para se matricular no terceiro ano na Faculdade de Agronomia da Universidade Eduardo Mondlane. Sonhava reingressar no próximo ano, mas três tiros — dois nos pés e um no abdómen — interromperam para sempre o seu sonho.
“Deram-lhe dois tiros nos pés e caiu. Levantou-se e tentou correr. Voltou a cair. Seguiram-no e deram-lhe o terceiro tiro no abdómen. Morreu ali”, conta a sua avó, que o acolheu quando se tornou órfão dos pais.