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Tunísia vai a eleições “potencialmente fraudulentas” para “consolidar o poder” do Presidente atual

A governar por decreto desde que, em 2021, demitiu o primeiro-ministro, suspendeu o Parlamento e reescreveu a Constituição à sua medida, Kaïs Saïed deverá ser reeleito este domingo sem dificuldades. Para isso, tratou de deter dirigentes e candidatos da oposição e reduzir os seus adversários a dois no boletim de voto – um preso, outro de fachada. Outrora vista como “a história de sucesso da Primavera Árabe”, a Tunísia “parece estar a deslizar de novo para a autocracia”

Uma mulher passa diante de um cartaz eleitoral do Presidente recandidato, Kaïs Saïed, colado numa rua de Ariana, na Tunísia
Chedly Ben Ibrahim/NurPhoto/Getty Images

Kaïs Saïed não terá dificuldades em ser reeleito Presidente da Tunísia este domingo. Dos 17 potenciais candidatos que apresentaram documentação, apenas três foram aprovados pela comissão eleitoral do país, incluindo o chefe de Estado e um adversário que está preso. A oposição e grupos da sociedade civil têm alertado para a forte possibilidade de as eleições serem fraudulentas e visarem apenas manter Saïed no poder.