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Jalia foi violada e fugiu com três filhos menores: a “revolta nos corações” de refugiados que “ficam a apodrecer” no Uganda

Com menos de 30 anos, a história desta congolesa confunde-se com as de muitas outras. Os pais e o marido foram mortos e, após a violação, nunca lhe foi prestado o “tratamento médico adequado”. Por isso, quando tenta tirar sustento da terra ou faz outros esforços, começa a sangrar. Sente-se “sozinha” no assentamento de refugiados de Nakivale, o maior de África, onde organizações humanitárias vivem numa “espécie de reino” a que poucos conseguem aceder

Jalia Belize, 29 anos, fugiu da República Democrática do Congo, com três filhos menores, depois de os pais e o marido terem sido mortos e ela ter sido violada. Vive no assentamento de refugiados de Nakivale, no Uganda
Peter Biro/EU/ECHO

Dos 29 anos de Jalia Belize, os últimos quatro foram de muitas provações, privações, infortúnios e violência. Vive no assentamento de refugiados de Nakivale, no sudoeste do Uganda, o mais antigo e maior de África e o sexto maior do mundo.

À semelhança de muitos agregados familiares que aquela região de cerca de 200 quilómetros quadrados acolhe, tem acesso a um pedaço de terra. Mas não pode cultivá-lo, porque um esforço superior a pegar numa enxada, como fez para a fotografia, significa novo sangramento.