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Mais de 12 mil mortos em guerra no Sudão: “Esta é a pior crise humanitária no mundo em termos de escala”

Há mais de sete milhões de deslocados internos no Sudão, quase 18 milhões enfrentam insegurança alimentar e as mortes registam-se aos milhares: desde abril mais de 12 mil pessoas perderam a vida. As tentativas diplomáticas para chegar a uma resolução falharam até agora, mas o anúncio de que os dois comandantes das forças rivais aceitaram encontrar-se pode representar um avanço

Cartum, capital do Sudão e a segunda maior cidade do país
MOHAMED NURELDIN ABDALLAH/REUTERS

Mais de oito meses depois da erupção da guerra no Sudão sem que as iniciativas diplomáticas permitissem pôr um fim à catástrofe humanitária que se agrava, surge uma nova tentativa de chegar a uma solução. A Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD, na sigla em inglês) anunciou no fim de semana passado que o comandante do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) Mohamed Hamdan “Hemedti” Dagalo aceitou propostas para um cessar-fogo, a resolução do conflito por via do diálogo político e um encontro com o comandante das Forças Armadas Sudanesas (SAF), Abdel Fattah al-Burhan.

A luta por poder e recursos das duas fações armadas – após golpe militar em 2021 que agravou as tensões – tem levado ao declínio das condições humanitárias e ao afastamento da transição do país africano para a democracia, explica o Global Conflict Tracker.