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Golpe no Níger: “Está a travar-se uma guerra surda entre a Rússia e a França no Sahel”

Mais um golpe militar num país do Sahel, que terminou com a deposição do Presidente do Níger. O Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria tomou a liderança do país decretando o encerramento das fronteiras, a suspensão das instituições e a atividade política. É mais uma ex-colónia de França a escapar à sua influência e domínio

Apoiantes do golpe de Estado festejam no centro da capital, Niamey. É cada vez mais frequente ver bandeiras russas exibidas nestas ocasiões
Getty Images

Foi já noite dentro desta quarta-feira que os nigerinos foram informados da deposição do Presidente Mohamed Bazoum pelo Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP). Os estúdios da televisão nacional, RTN, foram o palco da leitura do comunicado pelo coronel major Amadou Abdramane, que se fez rodear para a ocasião por nove oficiais de alta patente das diferentes forças de defesa e de segurança do Níger. Abdramane anunciou ainda a suspensão de toda a atividade dos partidos políticos, até nova ordem, assim que o exército jurou lealdade ao grupo.

O Presidente Mohamed Bazoum, eleito em abril de 2021, esteve detido no Palácio Presidencial da capital, Niamey, em circunstâncias que permanecem difíceis de descortinar, tal como exatamente por que forças. Ao longo do dia de quarta-feira multiplicaram-se os relatos que deixavam claro haver oposições entre forças de segurança do país, porém durante longas horas não foram nomeados os responsáveis pelo golpe de Estado que avolumava rumores como o que dizia que o exército e a guarda nacional se declaravam “prontos a atacar os elementos da guarda presidencial” implicados na defesa/detenção do Presidente.