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Trump passa de aliado a ativo tóxico da extrema-direita? Não em todo o lado nem ao mesmo tempo

A postura do Presidente dos Estados Unidos face ao Kremlin tem causado desconforto entre políticos que rejubilaram com a sua eleição para um segundo mandato. Além da questão russa, as tarifas e o distanciamento face à NATO põem a extrema-direita europeia numa posição delicada: como apoiar um líder cujas políticas ameaçam os interesses nacionais? A estratégia tem sido o silêncio e um certo distanciamento

Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, e Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana
Win McNamee/Getty Images

Quando Donald Trump venceu, a extrema-direita europeia celebrou. Na Polónia, deputados do partido Lei e Justiça (PiS) gritaram o nome do Presidente eleito dos Estados Unidos no Parlamento. Em Itália, a primeira-ministra, Giorgia Meloni, sublinhou a “grande amizade” que a une ao magnata. O chefe do Governo húngaro, Viktor Orbán, declarou: “Temos grandes projetos”. O partido Alternativa para a Alemanha (AfD) viu em Trump um sinal de que um “futuro glorioso” aguardava os movimentos nacionalistas. Contudo, menos de quatro meses após a tomada de posse, Trump está a revelar-se um aliado incómodo. A adoção de políticas antieuropeias e a proximidade com o Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçam a coesão dos partidos europeus deste espectro político.