Durante um breve período no início de março, a desinformação tornou-se realidade. Dezenas de páginas de assuntos militares escreveram que os caças F-35, que os Estados Unidos estão a vender a vários países do mundo, traziam incorporado um sistema que permitiria desligar o avião remotamente, um kill switch, um “botão de matar” o aparelho, impedindo-o de sequer levantar voo.
Não é exatamente assim, não existe prova de nenhum “portal”, escondido nas oito milhões de linhas de código que fazem estas aeronaves funcionar, que permita ao fabricante americano, ou ao departamento de Defesa dos Estados Unidos, desligar os caças que vendeu à Europa.
Num momento tão crispado como o atual, é natural que o controlo de Washington sobre as armas europeias seja tema de debate. Muito se tem escrito sobre o arrefecimento das relações entre os dois lados do Atlântico e o bafo gélido chegou ao sector militar. Foi o próprio diretor de comunicação da empresa de armamento alemã Hendsolt, Joachim Schranzhofer, que fez soar o alarme, numa entrevista ao jornal “Bild”, na qual disse que o tal botão não é um mero rumor, porque os Estados Unidos podem mesmo “imobilizar os aviões bloqueando o acesso a software importante”, que permanece sob o seu controlo mesmo após a venda das aeronaves.