Aos 85 anos, Colette Avital viveu momentos muito diferentes para o judaísmo, primeiro enquanto criança que sobreviveu ao Holocausto, numa família ameaçada pelos soldados nazis na Roménia, depois como parte da diáspora que rumou a Israel na década de 1950, mais tarde como diplomata em Paris, Nova Iorque e Lisboa, onde foi embaixadora durante quatro anos (1988-1992), incluindo os da Guerra do Golfo, que lhe deram “palco” para intervir em Portugal.
Na tarde de domingo, 26 de janeiro de 2025, menos de 24 horas antes da cerimónia que assinala os 80 anos da libertação do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, em que participa como membro do International Auschwitz Council, Avital foi entrevistada pelo Expresso, num hotel em Cracóvia, na Polónia. A poucos metros, com grande aparato de segurança, uma manifestação pró-Palestina cruzava as ruas do antigo bairro judeu da cidade polaca.