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“A história de uma libertação feliz é, em grande parte, um mito”: o fim do horror e os relatos de familiares dos sobreviventes de Auschwitz

Esta segunda-feira assinalam-se os 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz, para onde se estima que 1,4 milhões de pessoas tenham sido deportadas entre 1940 e 1945. As histórias de quem sobreviveu continuam a ser contadas, agora também através da voz dos seus descendentes

Memorial de Auschwitz
Museu Auschwitz-Birkenau

Penina Bowman era adolescente quando a família foi forçada a sair da sua casa em Cluj, na Roménia, por forças nazis. Sem informações sobre o que o futuro lhes reservava, a mãe de Penina pegou em cebolas, camisolas e — a pedido de quem dava as ordens — material de limpeza. A família acabou numa fábrica de tijolos, onde permaneceu duas semanas antes de ser colocada em carruagens de gado em direção a Auschwitz.

Penina relatou o que viveu enquanto era viva. Agora, a história foi contada ao Expresso pela sua neta, Mollie Bowman. É ela quem descreve o que sucedeu. “Quando chegaram a Auschwitz, a minha avó e as suas irmãs foram empurradas para um lado, o seu irmão e o pai para outro, e nunca voltaram a ver a mãe. Foi levada para as câmaras de gás à chegada”, descreve.