Internacional

Elon Musk pede libertação de Tommy Robinson, britânico anti-islâmico e de extrema-direita

O bilionário norte-americano, aliado de Donald Trump, usou a rede social X para pedir a libertação do extremista condenado a 18 meses de prisão e apontou o dedo ao primeiro-ministro do Reino Unido

Allison Robbert/Reuters

O bilionário Elon Musk, indicado por Donald Trump para liderar o Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, usou a rede social X, da qual é o dono, para pedir a libertação de Tommy Robinson, britânico condenado a 18 meses de prisão e conhecido pela sua ideologia anti-islâmica e de extrema-direita. O empresário norte-americano apontou também o dedo a Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido.

“Porque é que Tommy Robinson está numa cela solitária por dizer a verdade? Deveria ser libertado”, escreveu Elon Musk na rede social X.

Este foi apenas um dos vários posts de Elon Musk em defesa do membro de extrema-direita. “Libertem Tommy Robinson”, escreveu numa outra publicação.

Tommy Robinson é um dos principais rostos da extrema-direita no Reino Unido, onde já foi acusado várias vezes por apelar a atos de violência contra imigrantes. 

Em outubro do ano passado, o radical foi condenado a 18 meses de prisão por ter violado uma decisão judicial que o impedia de continuar a propagar comentários racistas sobre um refugiado sírio.

Em 2021, Tommy Robinson foi obrigado a pagar uma indemnização de 100 mil libras (cerca de 120 mil euros) a Jamal Hijazi, jovem sírio que foi filmado a ser espancado por colegas na escola. Na altura, Robinson partilhou um vídeo no Facebook onde dizia que Jamal Hijazi não era “inocente”, acusando-o de ter “atacado violentamente meninas” da mesma escola.

Este caso levou a que Elon Musk, sob o pretexto de estar a defender a liberdade de expressão, voltasse a pronunciar-se sobre a situação política e social britânica, algo que se tornou mais notório desde que o Partido Trabalhista regressou ao poder. “No Reino Unido, estão a libertar pedófilos condenados e a prender pessoas por causa de publicações no Facebook”, insinuou Elon Musk, convicto de que existem “grupos de migrantes que violam raparigas jovens em Inglaterra”.

Apontando o dedo a Keir Starmer, Elon Musk alega que “crimes graves como abusos sexuais exigem a aprovação do Ministério Público para que a polícia acuse os suspeitos”. “Quem era o chefe do Ministério Público quando gangues de violadores tinham permissão para abusar de meninas sem enfrentar a justiça”, questionou o bilionário, aliado de Donald Trump, lembrando que o atual primeiro-ministro do Reino Unido dirigiu o Ministério Público britânico entre 2008 e 2013.