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Que Pax Atlantica? A cimeira histórica da NATO, por Miguel Monjardino

No final do século passado, os EUA eram o país mais poderoso do mundo. Hoje, o cenário não é o mesmo. A próxima cimeira da NATO em Washington é uma oportunidade para uma reflexão urgente, reflete Miguel Monjardino

José Caeiro da Matta, ministro dos Negócios Estrangeiros entre 1947 e 1950, e o embaixador António de Faria, secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, ficariam surpreendidos com a cimeira da NATO que haveria de ter lugar na próxima semana em Washington. Há 75 anos, ambos estiveram na capital norte-americana para formalizar a participação de Portugal como país fundador da Aliança Atlântica. Na altura, Lisboa entrou relutantemente na NATO por sugestão dos EUA. Do ponto de vista de Salazar, esta nova aliança resultava de um erro de avaliação estratégica de Washington, Londres e Paris. A Europa continental não resistiria a um ataque soviético. Assim, o mais provável era que a NATO não durasse muito tempo.