Um tribunal militar de recurso de Moscovo confirmou esta segunda-feira a condenação por terrorismo de Daria Trepova. Acusada de matar o bloguista Maxim Fomin num atentado à bomba em 2023, Daria foi sentenciada a 27 anos de prisão
"O veredicto do tribunal militar (...) de 25 de janeiro de 2024 mantém-se inalterado", lê-se na decisão do tribunal, que rejeita o recurso apresentado pela defesa de Trepova.
O Ministério Público pediu o agravamento da pena para 28 anos, enquanto a defesa requereu a absolvição de todas as acusações, mas ambos os pedidos foram recusados, segundo a agência noticiosa Interfax.
Trepova, 27 anos, foi detida pelas forças de segurança russas logo em abril de 2023.
Declarou-se inocente e alegou não ter conhecimento de que um engenho explosivo se encontrava dentro de um boneco que entregou a Fomin num café de São Petersburgo em 02 de abril de 2023.
Disse que o fez por ordem de "um grupo de pessoas não identificadas no território da Ucrânia", de acordo com a agência espanhola Europa Press.
Dmitry Kasintsev, residente em São Petersburgo, foi condenado a um ano e nove meses de prisão por ter encoberto o crime, escondendo Trepova no seu apartamento após o ataque, que causou também 30 feridos.
O bloguista, conhecido como Vladlen Tatarski, era russo mas nasceu na Ucrânia.
Viajou regularmente integrado nas forças russas durante a guerra e foi um dos protagonistas da cerimónia em que foi oficializada a anexação das regiões controladas pela Rússia no leste da Ucrânia.
Tatarski foi também a segunda figura ucraniana pró-guerra a ser morta na Rússia, depois de a filha do ideólogo ultranacionalista Alexander Duguin, Daria Dugina, ter morrido num atentado bombista em agosto de 2022.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia está em curso desde 24 de fevereiro de 2022, dia em que as tropas russas invadiram o país vizinho para o "desmilitarizar e desnazificar".