Nem sempre a força da oposição se traduz em vitórias eleitorais. Por vezes, o sucesso da missão reside no poder de mobilização, na denúncia e na capacidade de ser voz dos que não a têm. Esse será, provavelmente, o legado que fica da vida de Alexey Navalny, o ativista russo pró-democracia e principal opositor de Vladimir Putin, que morreu esta sexta-feira, aos 47 anos, na prisão de alta-segurança onde se encontrava a cumprir uma pena 19 anos.
Ao Expresso, Ksenia Ashrafullina e Pavel Elizarov, ativistas russos exilados em Portugal, falam de um homem que se posicionou como “um garante de esperança para os russos que acreditam na possibilidade de uma Rússia livre e democrática”. Alguém que dedicou a sua luta a expor a violência política, a manipulação eleitoral e a corrupção no Kremlin. Uma missão que, sublinham, não se extingue com a morte de Navalny.