Internacional

Alexei Navalny reaparece em prisão russa no Ártico depois de três semanas com o paradeiro desconhecido

Depois de quase três semanas sem notícias sobre o seu paradeiro, um dos mais conhecidos opositores ao regime de Putin reapareceu numa prisão russa perto da cordilheira dos Urais, no Ártico

Alexei Navalny, o principal opositor de Putin, durante uma das suas audiências em tribunal. Morreu na prisão de IK-2, uma prisão de alta segurança perto do Círculo Polar Ártico
EVGENIA NOVOZHENINA/REUTERS

O líder oposicionista russo, Alexei Navalny, está preso numa colónia penitenciária perto da cordilheira dos Urais, no Ártico, depois de quase três semanas desaparecido. A informação foi divulgada pela sua porta-voz Kira Iarmych, esta segunda-feira, dia 25, na rede social X (antigo Twitter).

"Encontrámos Navalny. Está na colónia prisional número três na cidade de Kharp", disse Kira Iarmych. A assessora escreveu ainda que Navalny "está bem" e que o seu advogado o visitou esta segunda-feira, dia de Natal.

Os apoiantes já tinham colocado a hipótese de o russo estar a ser transferido para outro estabelecimento prisional com um regime de segurança ainda mais sofisticado. Com o político a surgir agora numa prisão a cerca de 1200 quilómetros a nordeste de Moscovo, a teoria prova-se correta.

Desde 6 de dezembro que a família de Navalny não tinha conhecimento do paradeiro do oposicionista russo nem informações sobre o seu estado de saúde. Vários dos seus apoiantes, mas também membros da comunidade internacional, alertaram para este desaparecimento e exigiram informações ao regime de Vladimir Putin. Alexei Navalny foi detido pelas autoridades de Moscovo em 2021 e condenado a 19 anos de prisão por "extremismo".

A comunidade internacional tem criticado a detenção do oposicionista russo e exigido a sua libertação ao Kremlin, sem sucesso. Mariana Katzarova, relatora especial da ONU para os direitos humanos na Rússia, chegou a mostrar preocupação com o “desaparecimento forçado” de Navalny e alertou para o risco de estarem a ser colocados em causa fundamentos dos direitos humanos.