Está a chegar ao fim o maior julgamento ao abrigo da Lei de Segurança Nacional em Hong Kong, em que ativistas e políticos pró-democracia enfrentam penas que podem chegar a prisão perpétua. As alegações finais arrancaram esta quarta-feira, mais de dois anos após as detenções. Era 6 de janeiro de 2021, quando a polícia da região autónoma especial chinesa mobilizou mais de mil agentes para deterem dezenas de figuras políticas e ativistas pró-democracia: 47 foram levadas à justiça por “conspiração para cometer subversão”. O motivo? Terem organizado ou participado nas eleições primárias não-oficiais do campo democrata em julho de 2020.
“É, sem dúvida, um dos julgamentos da Lei da Segurança Nacional [NSL, na sigla inglea] mais importantes até ao momento. O resultado vai enviar um sinal claro de como a NSL está a ser usada para atingir vozes políticas pró-democracia mais mainstream e como foi usada para dizimar os partidos políticos pró-democracia. Infelizmente, parece que o resultado já é demasiado claro: como observei (noutras plataformas), a taxa de condenação do Governo em casos relacionados com a NSL permanece nos 100%, sem sinais de mudanças para breve”, respondeu ao Expresso Thomas Kellogg, diretor executivo do Georgetown Center for Asian Law.