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“Espero ter uma vida longa e ver o meu país na UE com os meus olhos”: Svetlana Tsikhanovskaya, líder da oposição bielorrussa, em entrevista

No exílio desde 2020, após eleições consideradas fraudulentas que voltaram a dar a vitória a Alexander Lukashenko, Tsikhanovskaya chefia um governo-sombra a partir da Lituânia. Em entrevista ao Expresso num hotel de Lisboa, afirma que “o regime está muito frágil” e que Lukashenko, no poder desde 1994, “tem medo de ser traído e teme pela sua segurança”. Mas a opção de ser “um fantoche de Putin” e “vender a soberania e a independência da Bielorrússia, peça a peça, à Rússia” foi do próprio, sublinha

O marido foi preso em 2020, dois dias depois de anunciar a intenção de concorrer às eleições presidenciais na Bielorrússia. Svetlana Tsikhanovskaya decidiu então desafiar, ela própria, o chefe de Estado europeu que há mais tempo está no poder. Mas Alexander Lukashenko voltou a ser declarado vencedor em eleições consideradas fraudulentas. Perante a ameaça de passar anos na prisão e temendo pelo futuro dos filhos menores, Tsikhanovskaya exilou-se na Lituânia, onde criou estruturas alternativas aos poderes executivo e legislativo para preparar a transição democrática – e também com vista às negociações para a adesão do seu país à União Europeia.