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"Tudo aconteceu em segundos": o que já sabemos e falta saber sobre a tragédia na discoteca de Múrcia (com vídeos)

Três discotecas foram destruídas por um incêndio. Numa delas o primeiro piso desabou. Ainda não é certo o que motivou o incêndio, mas poderá ter sido um curto circuito. Os que estiveram lá dentro e conseguiram salvar-se estão em choque e contam como tudo se precipitou em poucos segundos. Há 13 mortos confirmados e vários desaparecidos. Eis o que se sabe

X (antigo Twitter)

A noite dos que foram dançar para as discotecas Teatre e La Fonda, em Múrcia, acabou em tragédia. As discotecas - que partilhavam paredes - foram devoradas por um incêndio na noite de sábado para domingo. Mas, afinal, o que se passou?

O que aconteceu nas discotecas em Múrcia?

Por volta das 6h da manhã deste domingo começaram a chegar várias chamadas ao Centro de Coordenação de Emergências 112, informando sobre um incêndio numa discoteca da zona de Atalayas, em Múrcia. Só que não foi em apenas uma discoteca, mas sim em três: Teatre, La Fonda e Golden.

Os bombeiros conseguiram apagar o incêndio por volta das 8h da manhã.

Morreram quantas pessoas?

Ao que se sabia, até às 17h00 de domingo, morreram pelo menos 13 pessoas. Mas todas as mortes ocorreram na discoteca La Fonda.

O número de mortes pode aumentar pois existem, pelo menos, 15 pessoas dadas como desaparecidas pelos familiares depois de terem ido sair à noite para o local da tragédia. Contudo, ainda não houve identificação dos cadáveres, o que significa que estes desaparecidos podem ser, de facto, alguns dos falecidos.

Por agora, os serviços de emergência continuam a sua busca por outras possíveis vítimas do acidente que ocorreu na zona de Las Atalayas, na periferia da cidade. Além das mortes já conhecidas, há ainda quatro pessoas feridas.

O que dizem as pessoas que lá estiveram?

A impresa espanhola tem partilhado vários relatos de quem lá estava dentro. Num vídeo vê-se um pai emocionado a dizer que a sua filha ainda está desaparecida - filha essa que enviou um audio à sua mãe: “vamos morrer mãe, amo-te”, ouve-se, entre gritos de pessoas ao pé de si.

Ao “El Confidencial”, Sara uma jovem que esteve no local, agradeceu ter saído mais cedo da festa. E partilhou com o jornal o que os seus amigos lhe contaram: “Quando a discoteca começou a cheirar a fumo, tudo aconteceu numa questão de segundos (…) As pessoas começaram a sentir o cheiro a fumo e algumas desmaiaram. Lá fora havia pessoas no chão, a gritar e a chorar".

O mesmo disse, Lídia, que estava noutra discoteca perto, mas não numa das afetadas: “De repente faltou energia e saímos para ver o que estava a acontecer (…) Encontrei várias pessoas caídas no chão e muitas gritavam”.

Por que razão só se encontraram vítimas mortais nessa discoteca?

Não se sabe com certeza o porquê, mas nessa discoteca o primeiro piso desabou após o início do incêndio. 11 dos 13 mortos estavam no piso de cima e os outros dois ainda é incerto se morreram devido à queda ou se já estavam no piso inferior.

E nas outras?

A direcção da discoteca Teatre, onde também se celebraram vários aniversários no sábado, garantiu aos jornalistas espanhóis que as suas instalações foram evacuadas devido ao incêndio e que todas as vítimas mortais eram clientes de La Fonda - onde, aliás, se iniciou o incêndio, segundo o “El Mundo”.

Do lado da discoteca Golden não houve declarações em relação a possíveis vítimas. Numa publicação nas histórias do Instagram limitaram-se a lamentar o sucedido.

Havia plano de emergência?

Não se sabe. O autarca, José Ballesta, recusou-se a falar sobre as condições de segurança e licenças das casas noturnas até que o resgate das vítimas esteja concluído e as causas exatas do incidente sejam conhecidas.

Por que razão começou o incêndio?

Segundo o jornal “La Opinião de Murcia”, os especialistas apontam para a hipótese do incêndio ter começado devido a um curto-circuito numa das luzes da discoteca, mas ainda não é certo.

Quando as temperaturas baixarem e a área estiver totalmente vigiada, os agentes da Brigada de Polícia Científica farão uma investigação em conjunto com o Corpo de Bombeiros sobre a origem do incêndio, bem como com o Grupo de Investigação de Homicídios da Sede Superior da Polícia Nacional de Múrcia.