Internacional

Observadores da UE alvo de disparos na fronteira entre Arménia e Azerbaijão

Uma patrulha da missão de observadores da União Europeia na Arménia (EUMA) foi alvo de disparos na fronteira com o Azerbaijão, sem que o incidente tivesse provocado feridos, adiantou a missão, mas o Azerbaijão nega.

Lusa

Uma patrulha da missão de observadores da União Europeia na Arménia (EUMA) foi alvo de disparos na fronteira com o Azerbaijão, sem que o incidente tivesse provocado feridos, adiantou a missão, mas o Azerbaijão nega.

"Podemos confirmar que uma patrulha da EUMA esteve num incidente com tiros na nossa zona de responsabilidade. Nenhum membro da missão foi ferido", indicou a missão numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

A Arménia adiantou que as forças militares do Azerbaijão na fronteira dispararam sobre os observadores europeus.

"Elementos das forças armadas azerbaijanas dispararam" cerca do meio-dia "com armas de fogo contra os observadores que patrulhavam nos arredores de Verin Shorza (este), assim como contra o seu veículo", indicou o ministério arménio da Defesa na rede social Telegram.

Pouco depois, o Azerbaijão classificou como "falsas" as afirmações arménias.

"A hora das visitas dos observadores da União Europeia [...] é comunicada por antecipação ao lado azerbaijano", explicou o Ministério da Defesa do Azerbaijão no Telegram, acrescentando que "é, por isso, impossível que um incidente como este aconteça".

A EUMA foi lançada em fevereiro e está em missão civil de observação na fronteira entre a Arménia e o Azerbaijão, duas antigas repúblicas soviéticas do Cáucaso que estão em conflito há mais de 30 anos, devido a uma disputa territorial na região de Nagorno-Karabakh, um enclave azerbaijano maioritariamente habitado por arménios.

Na segunda-feira, o Azerbaijão acusou a Arménia de reforçar as suas tropas ao longo da fronteira, considerando tratar-se de uma provocação militar, algo desmentido por Erevan.

As tensões entre os dois países intensificaram-se nos últimos dias, com Erevan a acusar Baku mais uma vez de bloquear a circulação no corredor de Latchine.

A rota é a única ligação terrestre da Arménia a Nagorno-Karabakh, onde a situação humanitária se deteriora, segundo as autoridades arménias e as ONG.

Hoje, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, apelou ao desbloqueio por parte do Azerbaijão.

"Um ênfase particular foi colocado na necessidade de colocar em prática medidas [...] com vista a um arrefecimento rápido da situação em torno de Nagorno-Karabakh e ao desbloqueio de rotas humanitárias, entre as quais o corredor de Latchine", disse Lavrov ao seu homólogo do Azerbaijão, Djeyhoun Bairamov, no decurso de uma conversa telefónica, de acordo com um comunicado do seu gabinete.