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Cidadãos, ou o fim anunciado de um partido que queria governar Espanha

Mergulhado na irrelevância após as eleições regionais e autárquicas de domingo, devorado pelo PP e fora de todos os órgãos de poder, o único partido espanhol declaradamente liberal envereda pelo rumo que deve levar ao seu fim

Coube ao secretário-geral do Cidadãos, Adrián Vázquez, anunciar que o partido não vai às legislativas de 23 de julho
Alejandro Martínez Vélez/Europa Press/Getty Images

No passado domingo a tragédia era palpável na sede do partido Cidadãos (Cs, centro-direita liberal). O imenso edifício iluminado com luzes laranja parecia uma casa provincial, sombria, órfã de militantes e entusiastas, que, como é hábito em grandes competições desportivas, sentem o apelo do calor da vitória.

O certo é que a sede do Cs já parece uma capela funerária desde novembro de 2019, quando a repetição de umas legislativas o empurraram para a via do ocaso definitivo. A sua bancada encolheu de 57 deputados para dez. eram a terceira maior força do Congresso dos Deputados, decisivo para desfazer o bloco de gelo que separa as esquerdas das direitas espanholas. Foram encurralados numa irrelevância que não lhes permite levantar a cabeça.