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Internacional

Mediação no Médio Oriente: sinal de que a China tem vontade de saltar do campo económico para o político

O papel de Pequim a moderar as negociações entre a Arábia Saudita e o Irão, que retomam relações após sete anos de laços diplomáticos cortados, mostra a influência da China no Médio Oriente. Mas é cedo para indicar este passo como “momento decisivo”. Na agenda do Presidente Xi Jinping, os voos seguem agora para norte: espera-se que na próxima semana vá à Moscovo

Thomas Peter/REUTERS

Depois de sete anos de relações cortadas, o Irão e a Arábia Saudita vão retomar laços diplomáticos. As negociações foram mediadas por Pequim e o anúncio das pazes deu-se no dia em que se oficializou o terceiro mandato de Xi Jinping como Presidente da China.

O acordo resultou de uma iniciativa de Xi para “apoiar o desenvolvimento de boas relações de vizinhança”, indicaram os três países num comunicado conjunto. Desde 2021 realizaram-se várias rondas de negociação entre Riade e Teerão, maioritariamente mediadas pelo Iraque e por Omã. Desta vez, as conversações duraram cinco dias.

William Hurst, professor de desenvolvimento chinês na Universidade de Cambridge, considera “notável” que a China tenha assumido o papel de mediador. “Também poderia fazê-lo em muitas outras partes do mundo, onde tem boas relações com Estados que não confiam uns nos outros. Mas não é algo que a China por norma esteja confortável a fazer”, escreveu em resposta ao Expresso.