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Internacional

Espanha alarmada com aumento da violência de género

Registos dos últimos 20 anos contabilizam 1182 assassínios de mulheres, 49 dos quais em 2022. Números de Portugal são piores, se vistos tendo em conta a população dos dois países

“Se tocam numa, respondemos todas”, lê-se na tarja exibida pelos manifestantes, em Barcelona, contra a violência de género, a 2 de janeiro de 2023
Lorena Sopena/Europa Press/Getty Images

Ana Orantes tinha 60 anos quando morreu, assassinada pelo marido, José Parejo, depois de décadas de agressões e insultos. No passado dia 17 de dezembro passaram 25 anos desde esse crime, cometido na localidade de Cúllar Vega, província de Granada. José, que planeou ao pormenor a sua brutal vingança, regou o corpo de Ana com gasolina e puxou-lhe fogo.

A vítima atrevera-se, duas semanas antes, a participar num programa da televisão andaluza, denunciando face às câmaras os maus-tratos que sofria às mãos de José: “Estava sempre a agarrar-me pelos cabelos, a atirar-me contra a parede. Punha-me a cara assim… não conseguia respirar, não conseguia falar, porque para ele eu nem sabia falar, era uma analfabeta, era um fardo, não valia um tostão. Foi assim durante 40 anos”.