Quando as autoridades chinesas anunciaram que a partir de 8 de janeiro quem chega ao país vindo do estrangeiro já não é sujeito a quarentena obrigatória, as pesquisas de viagens internacionais dispararam. No entanto, com o levantamento da maioria das medidas associadas à política de “zero covid”, a China está a registar uma vaga de casos de covid-19 que se estima poder vir a causar a morte a mais de um milhão de pessoas.
A nível internacional, teme-se que surjam novas variantes do vírus, e os receios já estão a motivar restrições fronteiriças. Os Estados Unidos e a Itália estão entre os países a exigirem testes negativos a quem chega em voos da China, Hong Kong e Macau.
Tiago Correia, o professor de Saúde Internacional e investigador do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, considera que também as autoridades portuguesas deveriam avaliar a aplicação de medidas.
“A questão não é fazer com que os testes sejam um critério de entrada no país. Para mim, é necessário perceber efetivamente até que ponto é que esta explosão de casos na China vai ou não levar a combinações novas de variantes e perceber quais são as variantes a circular pela população chinesa neste momento. A única forma para fazer esse rastreio é através de testes que permitam a sequenciação genómica”, disse ao Expresso.