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China abre fronteiras enquanto vários países lhas fecham escudando-se de novas variantes da covid-19

Passados três anos de restrições impostas pela política de “zero covid” na China, o anúncio da abertura de fronteiras foi acompanhado pela vontade de viajar para o estrangeiro. Uma vaga severa de casos na China leva regiões e países a adotarem medidas restritivas e a exigirem testes negativos à covid-19 a quem chega da China. O investigador Tiago Correia confessa ao Expresso a sua “preocupação” pela possibilidade de surgirem novas estirpes

WU HAO

Quando as autoridades chinesas anunciaram que a partir de 8 de janeiro quem chega ao país vindo do estrangeiro já não é sujeito a quarentena obrigatória, as pesquisas de viagens internacionais dispararam. No entanto, com o levantamento da maioria das medidas associadas à política de “zero covid”, a China está a registar uma vaga de casos de covid-19 que se estima poder vir a causar a morte a mais de um milhão de pessoas.

A nível internacional, teme-se que surjam novas variantes do vírus, e os receios já estão a motivar restrições fronteiriças. Os Estados Unidos e a Itália estão entre os países a exigirem testes negativos a quem chega em voos da China, Hong Kong e Macau.

Tiago Correia, o professor de Saúde Internacional e investigador do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, considera que também as autoridades portuguesas deveriam avaliar a aplicação de medidas.

“A questão não é fazer com que os testes sejam um critério de entrada no país. Para mim, é necessário perceber efetivamente até que ponto é que esta explosão de casos na China vai ou não levar a combinações novas de variantes e perceber quais são as variantes a circular pela população chinesa neste momento. A única forma para fazer esse rastreio é através de testes que permitam a sequenciação genómica”, disse ao Expresso.