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Se vencer no dia 30, Lula governará longe da bonança dos seus anteriores mandatos

Conjuntura económica brasileira e mundial é muito menos favorável do que o antigo Presidente encontrou quando governou entre 2003 e 2011

Lula da Silva durante um ato de capmanha para a segunda volta das presidenciais brasileiras
Fernando Bizerra/EPA/Lusa

Danilo Thomaz, no Rio de Janeiro

No último domingo, 2 de outubro, o Brasil foi a votos e o que saiu das urnas eletrónicas foi um país cindido entre o azul e o vermelho. Apesar do avanço do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda) nos 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal (onde fica a capital, Brasília), o antigo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva só venceu por larga vantagem nos estados do Nordeste. O atual chefe de Estado e de Governo, Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL, direita radical), permanece forte em regiões mais desenvolvidas, como o Sul do Brasil, e nas regiões do agronegócio, em especial o Mato Grosso, no Centro Oeste brasileiro.

O Presidente teve as suas maiores vantagens em estados do norte amazónico, como Acre, Rondônia e Roraima, onde obteve a votação mais alta (69,6%). O afrouxamento de leis ambientais e a impunidade, numa região marcada pela falta de oportunidades económicas e que se vê prejudicada em relação ao Sudeste, explica parte da popularidade de Bolsonaro na área amazónica, assim como no Centro Oeste.