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Dor, reconciliação e política. Angola despede-se de José Eduardo dos Santos

Um momento sublime no tributo ao homem que governou Angola durante 38 anos ininterruptos. Derrotou a invasão do regime do apartheid, estruturou e consolidou as instituições do Estado, assinou os principais e mais importantes acordos históricos que constituíram os pilares daquele país africano, que deram lugar ao multipartidarismo, o fim da longa guerra civil e assegurou a estabilidade política. No seu portfólio, Zedu deixou, também, um país mergulhado na corrupção e em desigualdades sociais

SIPHIWE SIBEKO

Nelson Francisco Sul, em Luanda

Eram 11h09, horário de Angola e Portugal, quando a guarda presidencial de honra entoava o hino nacional para prestar o último tributo ao ex-chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos.

A história de Eduardo dos Santos quase se confunde com a história de Angola. Arquitetou a trajetória política da ex-colónia portuguesa no contexto das Nações desde o momento em que foi designado o primeiro Ministro das Relações Exteriores após a independência do país, a 11 de novembro de 1975. Garantiu a indivisibilidade do território angolano, derrotou as forças militares do regime do apartheid, estruturou e consolidou as instituições do Estado, assinou importantes acordos históricos que constituíram os pilares daquele país africano, e deram lugar ao multipartidarismo, ao fim da guerra civil e assegurou a estabilidade política.