Cerca de 600 imigrantes foram hoje impedidos de cruzar o Mar Egeu e entrar na Grécia, vindos da vizinha Turquia, na maior tentativa de migração registada este ano, anunciou a guarda costeira grega.
Cinco veleiros e quatro barcos de borracha deixaram a costa turca quase simultaneamente, hoje de manhã, e estavam em águas turcas perto das ilhas gregas de Chios e Samos quando a guarda costeira grega interveio, disse um dos responsáveis daquela autoridade, citado pela agência de notícias francesa AFP.
“Os barcos de patrulha gregos conseguiram localizar rapidamente os navios e informar a guarda costeira turca”, explicou a mesma fonte, sublinhando que todos os barcos voltaram para trás ou foram intercetados pela guarda costeira turca.
Todos estavam então “dentro das águas territoriais turcas”, acrescentou.
Atenas acusa regularmente Ancara de não tomar medidas suficientes contra os traficantes de pessoas, que enviam migrantes em barcos improvisados, a partir da Turquia, violando um acordo de 2016 entre Ancara e a União Europeia.
Por seu lado, as autoridades gregas têm sido acusadas por organizações humanitárias de repelirem à força os migrantes para águas ou território turcos, e têm reforçado os controlos nas fronteiras.
Atenas sempre negou a realização de tais ataques ilegais.
No mês passado, o Conselho da Europa denunciou, num relatório, a existência de “expulsões generalizadas” de refugiados nas fronteiras europeias e pediu aos seus Estados-membros que acabassem com o que descreveu como “violações dos direitos humanos”.
O número de “refugiados, requerentes de asilo e migrantes” devolvidos nas fronteiras terrestres e marítimas da Europa aumentou, de acordo com o relatório, que considera que “o fenómeno se tornou um problema pan-europeu sistemático”.
Espanha, França, Itália, Grécia, Croácia, Áustria, Hungria, Polónia, Lituânia, Letónia, Chipre, Turquia e Bulgária são países fortemente criticados no documento por enviarem de volta para os países vizinhos migrantes que tentam entrar nos seus territórios.