Internacional

Aumenta para 159 o número de pessoas que se imolaram em protesto contra a repressão chinesa no Tibete

Grupo de Apoio ao Tibete-Portugal anunciou que dará início, a partir de segunda-feira e em conjunto com grupos semelhantes em todo o mundo, a um pedido de solicitação de ação junto dos parlamentares e eurodeputados portugueses, bem como do ministro dos Negócios Estrangeiros

Um tibetano exilado num campo de refugiados no Nepal reza junto à fotografia do Dalai Lama, líder político e espiritual do Tibete exilado na Índia desde 1959, no Dia da Revolta Nacional do Tibete
NARENDRA SHRESTHA / EPA

Um homem tibetano com 81 anos imolou-se em frente a uma esquadra da polícia, perto do mosteiro de Kirti, em Ngaba, na região tibetana de Amdo, como forma de protesto “contra as políticas opressivas do governo chinês e o tratamento desumano conferido a pessoas tibetanas”. O homem foi levado de imediato pela polícia chinesa, acabando por falecer já sob custódia.

Embora este acontecimento tenha ocorrido há uma semana, a 27 de março pelas 5h da manhã locais, só agora o Governo Tibetano no Exílio divulgou a informação com o Grupo de Apoio ao Tibete-Portugal, que enviou um comunicado às redações.

Taphun, 81 anos, habitava na vila nomádica de Meruma, em Ngaba, tendo sempre falado abertamente acerca das políticas repressivas da China.

A sua morte faz assim aumentar para 159 o número de pessoas que desde 2009 já se imolaram em protesto contra a repressão chinesa no Tibete. O Grupo de Apoio ao Tibete-Portugal anunciou que dará início, a partir de segunda-feira e em conjunto com grupos semelhantes em todo o mundo, a um pedido de solicitação de ação junto dos parlamentares e eurodeputados portugueses, bem como do ministro dos Negócios Estrangeiros.

“Nos últimos anos, e especialmente durante o mês de março, o governo chinês tem vindo a impor acrescidas restrições, reforçando a repressão em Ngaba, onde são relatados casos frequentes de imolação”, nota o Grupo de ao Apoio Tibete-Portugal. Em março, existem normalmente mais restrições e os tibetanos são regular e arbitrariamente interrogados pela polícia chinesa.

A 10 de março, inclusivamente, assinala-se o Dia da Revolta Nacional Tibetana contra a administração chinesa (que tinha invadido o Tibete em 1949, transformando dois anos depois o país numa colónia da República Popular da China). A revolta de 1959, que saiu frustrada, terminou com o exílio de Dalai Lama, o líder político e espiritual dos tibetanos, na Índia.