A fórmula da oratória já tinha sido testada e vinha estudada de combates anteriores: um passeio pelos tempos negros do comunismo, a evocação de alguns mitos fundadores e uma pitada de ameaças mais ou menos veladas aos países que desrespeitam as regras da União Europeia (UE).
Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, tentou assim mostrar a quem, na Polónia, pudesse estar a assistir à sessão desta terça-feira no Parlamento Europeu, que a UE não vai desistir de pressionar a Polónia a recuar pelo veredito-bomba emitido pelo seu Tribunal Constitucional (TC), a 7 de outubro, que deu à Constituição polaca supremacia sobre a lei comunitária e pôs em causa a aplicação do direito europeu na Polónia.
“Em 1981, os comunistas impuseram a Lei Marcial na Polónia. Muitos membros do sindicato Solidariedade foram presos. As pessoas queriam democracia, queriam liberdade para escolher o seu Governo, queriam uma imprensa livre, o fim da corrupção e uma justiça independente que pudesse proteger os seus direitos”, começou von der Leyen, trazendo do passado o tema que esta terça-feira esteve no centro da discussão: a independência da Justiça na Polónia.